As Ilhas Ratones, compostas por Ratones Grande e Ratones Pequeno, localizam-se na Baía Norte de Florianópolis, entre a Ponta do Sambaqui e o Pontal da Daniela. Ratones Grande, com 620 metros de extensão, preserva a vegetação da Mata Atlântica e abriga a histórica Fortaleza de Santo Antônio, acessível através de um trapiche no lado norte. A ilha é rodeada por costões rochosos e possui uma trilha ecológica, onde visitas são permitidas somente com guias credenciados. No extremo sul, o conjunto de rochas é popular entre pescadores e mergulhadores. Já Ratones Pequeno, situada 700 metros ao sul e com 412 metros de extensão, é coberta por mata densa e dispõe de duas pequenas praias. Sem habitações permanentes, a ilha serve ocasionalmente como abrigo para pescadores e é acessível apenas por embarcações particulares ou de passeio.

Historicamente, a Ilha de Santa Catarina e suas ilhas próximas, como Ratones, receberam visitas de navegadores europeus desde o início do século XVI, incluindo exploradores como Binot Palmier de Gonneville e Álvar Núñez Cabeza de Vaca, a quem é atribuída a nomeação das Ilhas Ratones devido à semelhança com a forma de um rato. No século XVIII, Portugal reconheceu a importância estratégica da região e, sob a orientação do Brigadeiro Silva Paes, construiu três fortificações para defender a Baía Norte: a Fortaleza de Santa Cruz na Ilha de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa ao norte da Ilha de Santa Catarina, e Santo Antônio na Ilha de Ratones Grande.

As construções das fortificações usaram técnicas de alvenaria com pedra e cal, típicas da época, e contaram com mão de obra composta por artífices, escravos indígenas e africanos, além de alguns soldados. Essas fortalezas tornaram-se fundamentais para a defesa da região e preservam até hoje o patrimônio cultural e arquitetônico da área, atraindo turistas interessados na combinação de natureza e história das Ilhas Ratones.