Ilhas Moleques do Sul – Foto por: André Ganzarolli Martins | Wikimedia Commons

As Ilhas Moleques do Sul formam um arquipélago com três ilhas situadas a cerca de 8,25 km ao sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, e a 14 km da Ponta do Papagaio, em Palhoça. Este conjunto de ilhas é parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e está em uma zona de máxima proteção ambiental, com acesso restrito a pesquisadores. A maior das ilhas mede aproximadamente 710 metros de comprimento e 200 metros de largura, atingindo uma altitude de 116 metros. Com costões rochosos e vegetação arbustiva e herbácea, as ilhas apresentam paredões ao norte e leste, e o desembarque é possível apenas pelo lado oeste, que é menos escarpado. Não há praias ou enseadas que facilitem o acesso.

Esse arquipélago é considerado o principal local de reprodução de aves marinhas no litoral catarinense, sendo um berçário natural para mais de 30 espécies, como fragatas, atobás-pardos e gaivotões. As ilhas também ganham destaque por abrigarem uma espécie rara e endêmica de roedor, a Cavia intermedia, encontrada exclusivamente ali. Com apenas cerca de 100 indivíduos, essa espécie de mamífero é considerada a mais rara do mundo. Este pequeno roedor, de 25 cm e 600 gramas, foi identificado pela ciência há apenas uma década, e seu isolamento no arquipélago dura mais de 8 mil anos. Seus principais predadores são aves de rapina, incluindo carcarás, chimangos e falcões-peregrinos.

Como uma área de proteção integral, as Ilhas Moleques do Sul desempenham um papel crucial para a biodiversidade marinha e terrestre da região. Além de sua relevância ecológica, o arquipélago é um ponto-chave na conservação de espécies raras, como a Cavia intermedia, e de aves marinhas, que utilizam o local para reprodução e descanso.